Nem sei ao certo o que escrever, sinto-me bem, não totalmente, mas sinto, sinto-me a recuperar, sinto-me a conseguir a olhar em frente. O meu amor por ti continua presente, as memórias continuam vivas, os sorrisos continuam acesos, as palavras continuam a pesar, mas como tu sabes amar só não chega e ambos sabemos que nunca nos compreendemos a cem por cento. As recaídas tornam-se cada vez menores, as lágrimas já raramente caem, o meu coração começa habituar-se ao facto de já não te ter presente. No fundo, eu nunca te tive presente, não posso negar que sempre estiveste aqui para mim, mas quando eu precisei de um beijo ou um abraço nunca mas nunca mo deste no momento certo, por medo? Por vergonha? Por timidez? Não sei, acho que nunca vou descobrir o verdadeiro porquê, acho que no fundo nem eu quero saber. Não vou mentir, desiludiste-me e desiludes-me cada vez mais, quanto mais tempo mais um abre olhos, quanto mais tempo mais uma verdade, quanto mais tempo mais uma realidade, quanto mais tempo mais caio em mim e percebo o quão burra fui ao tapar os olhos a tudo o que vi ou a tudo o que me diziam, de facto eu deveria ter ponderado melhor a situação e até mesmo onde me estava a colocar. Dizem que só conhecemos verdadeiramente uma pessoa quando "acabamos" com ela, e eu cada vez tenho mais certezas disso. Prometeste-me muitas vezes sempre a verdade e em troca eu dava-te toda a minha verdade e no fim, eu só consegui perceber que afinal era só eu a manter em pé este namoro. Não fui, nem sou perfeita, muito longe disso, sei que muitas vezes fui fria e talvez egoísta quando embirrava na minha razão e só a via à minha frente, sei que muitas vezes fui infantil, mas eu nunca mas nunca te menti, eu fui sempre leal e sincera tal como prometemos desde o inicio deste amor. Dizem que numa relação existe sempre um que ama mais, então acho que não precisamos de grandes respostas, nesta relação sem sombra de dúvidas em amei mais, não só por ter estado lá sempre a teu lado, mas também por ter virado as costas a toda a gente e ter ficado contigo, por te ter aceite tal e qual como eras, por ter sido sempre eu. 

até um dia.