
quarta-feira, 16 de setembro de 2015
Esta irá ser mais uma das cartas que te escrevi e que tu nunca leste, nem irás ler. O tempo passa e cada vez tenho mais certezas de que aquela pequena expressão "o tempo cura tudo" é totalmente mentira, o tempo não cura e muito menos nos faz esquecer seja do que for. Tenho a ousadia de reescrever esta expressão "o tempo atenua tudo", assim ela fica muito mais verdadeira e de facto faz muito mais sentido. A vida levou-te dos meus braços, a vida levou-te do meu olhar, a vida levou-te do meu sorriso. A vida tentou, certo que tentou e verdade que tu já não fazes diretamente parte do meu dia-a-dia, já não fazes diretamente parte do meu olhar e até do meu sorriso. Mas de certa forma eu ainda te vejo em toda a parte, ainda te vejo em todo o calor de um abraço, ainda te vejo em cada troca de palavras mais carinhosas, seria uma hipocrisia continuar a enumerar as situações em que te continuo a ver ou até a sentir, porque na verdade ainda és tu. Nunca mais te vi, nunca mais ouvi a tua voz, nunca mais senti o teu cheiro, nunca mais falei contigo, mas tu não imaginas as vezes em que sonho com o teu regresso. É inexplicável a força que exerceste em mim e a forma como levei tão a sério todas as promessas que te fiz com o dedo mindinho ou ao ouvido como na primeira vez em que te disse "adoro-te" e tu com um sorriso que te encheu o rosto pedis-te para te voltar a contar aquele pequeno mas que para ti era o melhor segredo do mundo. Não te preocupes, isto é só apenas mais um dos meus desabafos, isto fico só entre mim e mim, eu não te vou procurar e muito menos invadir a tua vida com a minha presença. Tal como te prometi o meu amor por inteiro e de todo sincero, também me prometi a mim mesma que a partir do momento em que definisses o fim eu não iria interferir mais na tua vida, porque eu acredito que não tenho esse direito, não tenho nem nunca seria tão egoísta ao ponto de te fazer sentir mal com a minha perda. Sim, porque no final quem perdeu fui eu, quem sentiu fui eu, quem sofreu fui eu, quem chorou fui eu. Mas não te julgo, nem nunca o farei. Sem mais forças acabo esta carta da mesma forma como a comecei, com uma lágrima no canto do olho mas sempre com um grande sorriso.

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